Licenciado, mestre e doutor em Música pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e licenciado em História pela Unigranrio. Especialista em História do Brasil (UCP). Atualmente é professor de música (SME-RJ) e de história (SEEDUC/RJ) e secretário do Colegiado Estadual de Música do Rio de Janeiro.
O QUE TE FASCINA NA SUA PESQUISA?
A possibilidade da busca por justiça social e valorização da cultura local. Na graduação estudei como realizar diálogos entre um compositor que estuda paisagem sonora (Murray Schafer) e um educador que tem como premissa a educação libertária (Paulo Freire). Por meio de proposições e exemplos de experiências semelhantes no Brasil, passei a colocar essas ideias em prática, tanto na comunidade em que estou inserido, quanto na minha vida acadêmica e na minha prática docente, esta última com maior dificuldade.
No mestrado, junto com moradores e moradoras de Duque de Caxias (RJ) de diferentes religiosidades, em 2014, construímos o coletivo Templo Cultural, que desenvolveu pesquisas relacionadas ao diálogo inter-religioso na região e gerou minha dissertação, intitulada Música como instrumento para o diálogo inter-religioso, e diversos artigos coletivos: sobre opinião de estudantes a respeito de intolerância religiosa, transversalidade e diferenças de temas entre religiões, além de debates públicos e da construção de uma cartilha para ser utilizada em escolas e espaços religiosos.
No doutorado, estudei como a fé, o prazer e o trabalho podem se conectar no fazer musical católico. Para tanto, recebi a ajuda de Jurandyr Mello e Luciano Santos. O primeiro me mostrou a realidade de um sambista católico e compositor, inserido na mídia religiosa, e o segundo me ensinou como uma missa dominical pode usar o samba como meio litúrgico.
Como compositor, destaco a construção do espetáculo Uma dose de Caxias, com músicas que contam o cotidiano dessa cidade, e o show Cantando o passado pra não dançar no futuro, que foi reflexo de composições feitas para auxiliar no ensino de história nas escolas em que atuei. Em outras pesquisas relacionadas à música, também quis entender o uso do pandeiro em templos pentecostais, tão presentes na comunidade em que estou inserido, além do uso da religiosidade, sobretudo evangélica, no espaço público.
Na área da história, segui o mesmo caminho, porém tentando observar como as transformações urbanas interferem na vida cotidiana das pessoas. Nesse sentido, destaco os estudos sobre a construção da Rodovia Washington Luís (Duque de Caxias, 1950) e sobre o movimento para construção de passarelas nesta mesma rodovia (1979-81).
Todo esse aprendizado se refl ete na minha militância comunitária atual, seja na docência, na organização de eventos e na música.