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HABITAR O SONHO

por Ana Paula Simonaci
30 de julho de 2023
HABITAR O SONHO

March Hare’s Garden (1915). Cenário para Alice no País das Maravilhas em alta resolução por William Penhallow Henderson. Original do The Smithsonian

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“Todo mundo tem um mundo secreto dentro de si.
Quero dizer todos. Todas as pessoas em todo o mundo – não importa o quão maçante e chatas se sintam no exterior.
Dentro, todos têm inimagináveis, magníficos maravilhosos e estúpidos mundos incríveis… Não apenas um mundo.
Centenas deles. Milhares, talvez”
– Sandman | Neil Gaiman

Imagine: Dragões, centauros, elfos. Imagine: você correndo, sendo perseguido, caindo em queda livre ou saindo de casa sem roupa! Qual é a diferença entre a imaginação e o sonho?

Podemos dizer que em ambos construí-mos realidades, mas na imaginação elas são conscientes e voluntárias, enquanto nos so-nhos são inconscientes e involuntárias. Os gregos diferenciaram esses dois de forma interessante. Eles deram o nome de Hipnos ao deus do sono. E quando nós, mortais, es-tamos sob os seus poderes, podemos encon-trar alguns de seus conhecidos filhos – deuses que regem cada um, uma esfera: Morfeu, os sonhos bons ou abstratos; Ícelo, os pesadelos; Fântaso, a criação dos objetos inanimados, monstros e quimeras que aparecem nos so-nhos e ficam na memória; e Fantasia, do de-lírio e da fantasia.

Morfeu, que na mitologia é descrito como um ser alado que pode assumir formas di-versas, ficou muito conhecido a partir do personagem que aparece no filme Matrix. É ele quem protagoniza a clássica cena na qual oferece um caminho através da escolha entre duas pílulas: uma para “despertar” e outra para permanecer “sonhando”. Imaginemos que o convite fosse ou-tro, diferente: um convite para encontrar a sua irmã Fantasia, para ir ao mundo da imaginação, da criação, para um universo belíssimo.

Esse convite pode ser recebido em qualquer momento, pois o mundo do imaginário vem de um lugar dentro de nós, um lugar único construído por nossas memórias, por nossos sonhos, por ele-mentos que foram tocados por nossas almas em algum momento singular. É através da fantasia que podemos imaginar e cultivar nos-sos pequenos delírios. Alguns autores conseguem traduzir um pou-quinho desse universo em livros, filmes, trilhas sonoras, em formas de arte que conseguem criar essa ponte entre elementos de seus próprios mundos internos com os de todos nós.

É antiga a utilização do termo “fantasia” para representar um gênero artístico. Vem desde a Odisseia, das Lendas do Rei Arthur, dos romances medievais, das aventuras de bravos heróis e heroínas pelos 7 mares, dos monstros marinhos e reinos secretos. O termo engloba mundos que são invadidos pela imaginação. A primeira obra do gênero foi “The Well at the World’s End” (o Poço no Fim do Mundo), feita por William Morris no final do século XIX.

A partir daí, o gênero foi se desenvolvendo e, nos anos 20, ganhou força através das revistas Pulp – revistinhas de papel. A primeira que foi totalmente dedicada à fantasia se chamava Weird Tales. Já nos anos 50, nascem os subgê-neros da fantasia, como “Espada e Feitiçaria” e “Alta Fantasia”. O primeiro é caracterizado por heróis espadachins envolvidos em magias e feitiçarias, quase sempre com conflitos emo-cionantes. O segundo é marcado por mundos complexos e grandes épicos, como nas obras de grandes autores como J. R. R. Tolkien, C. S. Lewis, J. K. Rowling e Ursula K. Le Guin.

“É através da fantasia que podemos imaginar e cultivar nossos pequenos delírios.”

Atualmente, o universo da fantasia está presente na maioria dos games, jogos de RPG, livros de ficção científica, animações, quadri-nhos… É o exercício de “sonhar acordado” que dá origem a narra-tivas, personagens, falas – muitas vezes inesquecíveis. Narrativas que são compartilhadas por nós – um mundo compartilhado que é como um sonho coletivo, em que podemos habitar, transitar, atu-ar… Imprimimos em nossas mentes as memórias de cada edição, de cada novo filme, trajetórias de cada herói, novas sagas, e comparti-lhamos essas histórias. E tais histórias fazem uma comunidade ser o que ela é, constroem uma identidade de grupo.

Clyde W. Ford diz em “Herói com rosto africano”, que “o mito é um sonho coletivo; o sonho, um mito pessoal”. Que nossas fantasias possam estar sempre alimentando nossos mundos internos, nossos mitos pessoais, mas que também possam ser compartilhadas, atra-vés das histórias que tanto amamos e podemos colocar no mundo, para habitarmos sonhos coletivos.

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