Adrianne Ogêda Guedes é professora associada da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro desde 2011. Graduada em Psicologia pela UFRJ e em Pedagogia pela Universidade Cândido Mendes (UCAM), fez seu Mestrado e Doutorado na Universidade Federal Fluminense (UFF), investigando a formação de professores, campo que tem mobilizado suas pesquisas desde então.
Paralelamente à graduação, fez a formação em dança contemporânea na Escola de Movimento Angel Vianna e, mais recentemente, a formação no método Ivaldo Bertazzo (entrando em contato com elementos de seu método de trabalho corporal) e o curso livre de Arte e Educação do Ateliê Hélio Rodrigues, dentre outros que se voltam às temáticas da Arte e da Educação.
Há mais de 30 anos, atua também em Escolas de Ensino Fundamental, Creches e Pré-escolas, seja como parte do quadro docente (professora de expressão corporal, dentre outros), coordenação pedagógica etc. Em 1994, fundou a Casa Monte Alegre Educação Infantil, que segue viva sob nova direção há quase 30 anos.
O QUE TE FASCINA NA SUA PESQUISA?
A experiência de buscar o diálogo entre os campos da arte e educação sempre esteve presente em meu percurso profissional (e pessoal, será que há distinção?!). Enxergo desde minhas experiências iniciais no chão da escola, quando ainda cursava minha primeira graduação em Pedagogia, a potência e a fertilidade das vivências estético-artísticas. É com elas e por elas que se ampliam os repertórios, as possibilidades de criação, expansão comunicativa, mergulho na riqueza da poética! Olhando para meu percurso, vejo que, desde criança e jovem, a arte sempre esteve presente, seja nas incontáveis histórias que inventava e contava para os meus afetos, seja na criação de cenas, teatros de marionetes (nas companhias em que trabalhei na adolescência). Arte, saúde, expressão são dimensões muito interconectadas!
Como professora e formadora de professores, tenho me interessado em compreender como nos constituímos docentes, que metodologias de formação são mais potentes e adequadas para produzir impactos mais efetivos nas práticas de professoras e professores. Entrando na universidade em 2011, pude propor cursos de especialização e extensão, em parceria com o Ministério de Educação, que se ancoravam na proposição de experiências estético-artísticas partindo da premissa de que não é suficiente que os professores aprendam “o que fazer com as crianças”, mas sim, que passem pelas experiências eles mesmos, e possam ver tocadas e mobilizadas suas capacidades de criar, estreitando a relação com as artes em primeiro lugar para suas próprias fruições e, como desdobramento, para as crianças e jovens com os quais trabalham/trabalharão.
Desde então, tenho pesquisado, junto ao meu grupo FRESTAS (Formação e Ressignificação do Educador), saberes, troca, arte e sentidos, metodologias de formação que trabalham nessa direção. Atualmente, temos também nos interessado em investigar o tema do adoecimento docente, buscando também compreender os múltiplos fatores que têm levado tantos professores a manifestar sinais de esgotamento e diversos outros quadros de fragilidade, tendo tido recentemente nossa pesquisa aprovada pela linha de fomento da FAPERJ para 2024.